domingo, outubro 23, 2005

O mistério do Pato


Inanimado e no meio de uma poça de sangue, o pato jazia com um ar sereno. O ar de quem tinha deixado de sofrer e podia finalmente repousar depois de uma aliviadora morte.
Duas carrinhas repletas de agentes especiais, em fatos especiais e com mascaras especiais travaram com brusquidão junto do corpo do pobre pato.
As equipas não perderam tempo, saíram dos veículos com uma parafernália de cromados e assépticos objectos. Tentam confirmar as suspeita do costume: seria Gripe?
As testemunhas foram interrogadas enquanto as brancas equipas prosseguiam a autopsia ao pobre pato. O dono jurava a pés juntos: “nesta propriedade ninguém abusa dos patos, nem das galinhas. Somos gente de respeito. Ao que sei nenhum se constipou. Todas as noites os aconchego antes de dormir.”
No interior das carrinhas, os computadores analisavam as primeiras amostras de pele, de sangue e de trampa. A trampa das aves é essencial para determinar a causa de morte. Há especialistas de renome internacional que passaram anos a estudá-la.
As primeiras análises deram negativo. Um grande ponto de interrogação surgia por cima da cabeça dos especialistas. “Afinal de que morreu o Pato?” – perguntavam-se todos em silêncio. Pelo sim, pelo não, o melhor era pôr o quintal sobre sequestro. “O senhor não pode sair pela porta das traseiras. O quintal vai ficar de quarentena. É uma ordem de Bruxelas.” – dizia um dos elementos da equipa e que aparentava ser chefe.
No meio de toda a confusão, a pequena Ivete puxava com insistência a manga do avô. Nestes momentos ninguém dá importância a uma criança de 5 anos, que de lágrimas nos olhos chora a morte de um pato, que mais cedo ou mais tarde seria comido no grande almoço de Novembro. Mas a Ivete não desistia. A criança gritou e todos se calaram: “O Pato morreu por ciúmes.” Dezenas de cabeças viraram-se naquele instante para a frágil e doce Ivete, que de bibe vestido e de chinelas da Barbie avança a mais efabulada explicação para a morte do Pato. “O Pato foi assinado por um Pato Mudo que namora com aquela Pata!” A razão apontada era a mais absurda que lhes podia passar pela cabeça, até que um dos elementos da equipa apontava para várias feridas feitas por um bico. Era dessas lacerações que o sangue vertia. Ao fundo da capoeira um Pato Mudo escondia-se na sombra. Do lado oposto uma Pata cabisbaixa guardava os ovos, como se fosse a coisa mais importante da sua vida.
As equipas arrumaram os equipamentos e saíram aliviadas. O quintal voltou ao normal e a Ivete voltava a sorrir. Ao colo do avô segredou-lhe “as pessoas acreditam em cada coisa…”

3 Comments:

Anonymous Anónimo diz...

Pela extensão, julgava tratar-se de um post do Vader. Ele há vírus que se transmitem muito facilmente...

24 outubro, 2005 16:21  
Anonymous Anónimo diz...

Bolas o rps tem razão... ele há virús que se pegam facilmente... Desculpa lá ó Vader, apesar de ser tua fã, filho, às vezes esticas-te!!! RC... trabalhares no meio de muitas "penas" também te faz mal... (eu que o diga! Fico pior!!!)

25 outubro, 2005 22:37  
Anonymous Anónimo diz...

...Pá... desculpem lá o "virús"... eh eh eh... vírus!!!! Assim está bem...

26 outubro, 2005 23:55  

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