Candy Candy e o Choque Tecnológico Ou Manifesto de uma Revivalista Jelly Jah

Na senda do revivalismo (e já que estamos todos a chorar) transcrevo aqui o texto de alguém que pede a palavra no nosso templo! À minha inteira responsabilidade! In Pectore Magnus dixit! A fazer a vontade às concubinas há mais de 3 gerações! Excelsior!

"Era uma vez uma doce e loura Menina orfã de mãe e pai que usava dois tótós e que nas suas venturas e desventuras no hostil orfanato punha a chorar as pedras da calçada nas Saturday mornings fever dos loucos anos 87/88. Não, não vos vou contar a história toda da Candy Candy, não temos tempo para tristezas do século passado.

Venho lançar cartas de saudade e recordar a nostálgica realidade sem telemóveis nem leitores DVD e MP3, em que se ansiava fiel pela continuação do episódio da série favorita ou pela ida ao cinema quando a mãe ou a tia maluca (no meu caso a ver a Africa Minha, sem que percebesse ainda muito bem se aquilo era amor ou sexo desenfreado pelos matagais). Que longos e deliciosos fins-de-semana que ainda não eram passados nas Mega Stores onde se pudessem comprar os episódios completos ou ver o dito filme em antevisão (gravado no próprio cinema algures na América por um vândalo qualquer, para que os Europeus feitos de "novos americanos", o pudessem ver em antemão.

Uma coisa é certa, se a Candy Candy tivesse leitor de MP3 nessa altura teria sido com certeza uma fã incondicional do nosso amigo Rick Astley ou teria fugido, já gaiata, para os concertos dos Depeche Mode e visto o "Dirty Dancing" vezes sem conta no Shopping Center mais próximo. O Mais certo era que se tivesse perdido pelos caminhos do SMS para engendrar fugas e falar com o seu enamorado, numa onda de sexo virtual e infantil de mais para ser verdade.

Mas não, felizmente a Candy Candy parou no tempo, e ainda bem que assim é!

Nostálgicas tardes dos 80's em que se brincava na rua e se bebia Capry-Sone ao lanche para se voltar a brincar na rua com os amigos, já que não havia episódio ou filme ou jogo mais interessante, nem a própria Candy Candy nos tirava das brincadeiras de rua.

Se calhar poderia ser engraçado apanharmos a "Time Machine"(mas até essa já foi destruída no episódio III do Regresso ao Futuro)! E voltar para umas visitas breves, uns fins-de-semana e umas tardes de brincadeira, para depois voltar aos telemóveis, aos encontros para jantaradas adultas com os amigos e uns filmes em dolby soround... já que nos habituámos e como já crescemos cheios de peneiras!

Que sorte a nossa, queridos desconhecidos cavaleiros, a de termos nascido e vivido na época que vivemos a nossa tão longa infância (sim porque nunca mais éramos grandes, e que pressa tínhamos de crescer...)!

Aqui fica a minha saudade profunda da linda Candy Candy, do Vasco Granja e do V batalha Final. E este manifesto, dirão, tão retrógrado e saudosista... não é nada de grave, é que a Candy Candy foi retirada pela RTP por não haver espaço para mais episódios que os japoneses enviavam desmedidamente, mas também, e nós sabemos, porque não devia fazer bem aos crescimento das crianças�!

Fica aqui esta participação revivalista, também com muitas saudades do querido amigo Vasco Granja�

Viva o JellyJah! E Maldita Gravidade que não nos deixa voar�"