Um JellyJah para dois II
O menino decidiu tentar a sorte na Net. Entrou num desses chats, onde os meninos se fazem passar por meninas e vice-versa.
A dúvida estava em escolher o Nick. Porquê é que estas coisas da net têm de ser sempre em estrangeiro, não poderia ser apenas Alcunha, ou Pseudónimo. Não, o programa pedia especificamente um Nick. Então se queres um Nick, tomá lá um Nick, pensou o menino enquanto olhava para a prateleira à procura de inspiração. Ali estava ele, o Nick, "Larousse". Era nome de enciclopédia, mas até dava um ar distinto. ENTER. Foi aceite, congratulou-se o menino.
Não muito longe dali, numa rua parecida, a menina fazia exactamente o mesmo. Olhou para a pilha de revistas e escolheu. SPA, ENTER. Já está, riu a menina baixinho. Afinal é o que eu preciso. Bom, o que eu realmente preciso é de uma Rave num Spa. Isso é que era.
Sem o saberem, o menino e a menina iam conhecer-se, se é que se conhece alguém que se chama Larousse e Spa.
-Olá
-Olá
-Estava mesmo a precisar de uma massagem.
Estúpido, já está no engate. Porque é que os homens têm esta mania de confundir simpatia com desejo, pensou a menina.
-Tens alguma entrada para esferovite?
Esta era a pior pergunta que se podia fazer a um dicionário, mesmo aos bons. Fora a professora de Português do 8ª ano que lhe tinha ensinado esta verdadeira armadilha linguística.
Esferovite? Porra! Que raio de pergunta! Mas deve ter. Esta porcaria de enciclopédia custou um dinheirão à minha mãe e eu nunca a abri. Deixa-me ver… volume 9… Ele – Eur…
-Então? Não dizes nada?
Ai, Ai… onde está… Esfero, Esferográfica, Esferoidal… Esfíncter… Não acredito! Não tem.
-Estive a pesquisar. Ainda não chegou. O fornecedor vem na próxima semana.
-O Fornecedor?
-Sim, o Fornecedor de Entradas de Dicionários. Ainda não tenho Esferovite, mas está encomendado.
-É porque não és grande coisa.
-Estou ofendido.
-Desculpa.
Passou-se um momento. Daqueles que não acontecem nos filmes. Silêncio puro e duro.
-Fazes massagens com os pés?
Lá está ele a levar a conversa para a cama. Vou desligar.
-Olha, já é tarde e amanhã tenho de me levantar cedo.
-Espera.
-Sim
- Quis saber quem sou / O que faço aqui / Quem me abandonou / De quem me esqueci / perguntei por mim / Quis saber de nós /Mas o mar /Não me traz /Tua voz.
- Em silêncio, amor / Em tristeza e fim / Eu te sinto, em flor /Eu te sofro, em mim /Eu te lembro, assim /Partir é morrer /Como amar /É ganhar / E perder
-Conheces?
-Muito bem.
A dúvida estava em escolher o Nick. Porquê é que estas coisas da net têm de ser sempre em estrangeiro, não poderia ser apenas Alcunha, ou Pseudónimo. Não, o programa pedia especificamente um Nick. Então se queres um Nick, tomá lá um Nick, pensou o menino enquanto olhava para a prateleira à procura de inspiração. Ali estava ele, o Nick, "Larousse". Era nome de enciclopédia, mas até dava um ar distinto. ENTER. Foi aceite, congratulou-se o menino.
Não muito longe dali, numa rua parecida, a menina fazia exactamente o mesmo. Olhou para a pilha de revistas e escolheu. SPA, ENTER. Já está, riu a menina baixinho. Afinal é o que eu preciso. Bom, o que eu realmente preciso é de uma Rave num Spa. Isso é que era.
Sem o saberem, o menino e a menina iam conhecer-se, se é que se conhece alguém que se chama Larousse e Spa.
-Olá
-Olá
-Estava mesmo a precisar de uma massagem.
Estúpido, já está no engate. Porque é que os homens têm esta mania de confundir simpatia com desejo, pensou a menina.
-Tens alguma entrada para esferovite?
Esta era a pior pergunta que se podia fazer a um dicionário, mesmo aos bons. Fora a professora de Português do 8ª ano que lhe tinha ensinado esta verdadeira armadilha linguística.
Esferovite? Porra! Que raio de pergunta! Mas deve ter. Esta porcaria de enciclopédia custou um dinheirão à minha mãe e eu nunca a abri. Deixa-me ver… volume 9… Ele – Eur…
-Então? Não dizes nada?
Ai, Ai… onde está… Esfero, Esferográfica, Esferoidal… Esfíncter… Não acredito! Não tem.
-Estive a pesquisar. Ainda não chegou. O fornecedor vem na próxima semana.
-O Fornecedor?
-Sim, o Fornecedor de Entradas de Dicionários. Ainda não tenho Esferovite, mas está encomendado.
-É porque não és grande coisa.
-Estou ofendido.
-Desculpa.
Passou-se um momento. Daqueles que não acontecem nos filmes. Silêncio puro e duro.
-Fazes massagens com os pés?
Lá está ele a levar a conversa para a cama. Vou desligar.
-Olha, já é tarde e amanhã tenho de me levantar cedo.
-Espera.
-Sim
- Quis saber quem sou / O que faço aqui / Quem me abandonou / De quem me esqueci / perguntei por mim / Quis saber de nós /Mas o mar /Não me traz /Tua voz.
- Em silêncio, amor / Em tristeza e fim / Eu te sinto, em flor /Eu te sofro, em mim /Eu te lembro, assim /Partir é morrer /Como amar /É ganhar / E perder
-Conheces?
-Muito bem.
9 Comments:
como esferovite. sem palavras...
Vader, guarda as tuas armas pseudo-letais para um outro espaço... inter-galáctico.
Neste momento ainda tenho uma certa música a ecoar no ouvido e não me apetecia que quebrasses o momento com o teu "arfar" nesse capacete...
(the empire strikes back)
Ah, grande Camilo da actualidade! Isto com fotografias então, havia de ser lindo!
Continua Camilio, continua!
Digno das melhores revistas do coração.
Sabes Tu, LA Z Jelly, o que é viver 10 anos amarrado ao próprio cadáver?
Então não sei, car....!!! tu sabes que eu sei!
Ai Ermengarda!!!
Não ponham fotografias com balões!!!PLEASE!!!!RC, continua com a tua veia Damasceno Monteiro-ou-Queiroz-a-passar-pelo-Pedro Paixão!!! Esferoida... esfícter... As coisas que tu te lembras, meu Deus!!! Nem o infinito vai chegar para medir a tua criatividade!Continua my friend...
Meu amigo RC confesso que realmente estás mmmmmmmmuuuuiiiiiiitttttoooooooo à frente, tenho de investigar o que "jelliginas" eheheheh
Inspector
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